Sonho em Crochê
Sonho em Crochê é uma família formada por mim e por qualquer um que queira aprender, aperfeiçoar e ou fazer Crochê, utilizando as técnicas por nós divulgadas. Você, a partir de agora está convidada a fazer parte de desta família.
História do Crochê
Eu nunca me preocupei em saber a sua história, apesar de ter uma Enciclopédia de Trabalhos Manuais de 1952, não me preocupei em assimilar a mesma. Então vou falar sobre o que encontrei:
O que é Crochê? É uma arte manual, quantas tantas outras, dos quais se utiliza de formas de se fazer nozinhos para se chegar a uma peça. Outras artes manuais que formamos nozinhos: Macramê e a mais conhecida e conhecida como fazer nó, Tricô, bordado, (se eu esqueci alguma, não esqueçam de me falar). A diferença ente elas é que crochê se usa de um gancho no ar.
É Crochê, Croché ou Crochét?
Não existe uma padronização, o Crochét vem do Francês, o Croché é uma redução da palavra, eu considero o Crochê, pois é algo mais próximo do português, mas não existe um consenso, nem uma regulamentação, cada um escreve como se sente melhor.
O que significa Crochê?
Em três fontes de pesquisa são unânimes que é de origem da palavra francesa Crochê, que era um instrumento recurvado uma espécie de gancho.
Onde surgiu o Crochê?
Segundo a minha Enciclopédia de 1952 diz que surgiu na Europa no século XVI, mas pesquisando na internet, nas três demais fontes de internet verificamos que ninguém sabe ao certo quando surgiu, segundo um escritor Lis Paludan parece que pode ter começado na Arábia, e chegou pela Espanha através das rotas comerciais do Mediterrâneo, mas parece que esse mesmo autor coloca que foi encontrado na América do Sul adornos feitos de Crochê para ritual de puberdade, e bonecas feitas com a mesma técnica na China. O que se encontram em acordo que a técnica com é conhecida hoje surgiu em 1800 na frança com a Riego de La Branchardiere, que publicou um livro para que outras pudesse reproduzir tais desenhos.
Essa técnica (Crochê) alcançou o seu maior desenvolvimento artístico no Crochê Guipure, que é principalmente executado na Irlanda (Irish Guipure), que hoje é muito bem vista nas revistas Russas da categoria (Noa), e cuja a forma nos mostram folhas que sobressaem em um fundo calado, ornado de pequenas alcinhas, chamadas picos.
Achei uma história muito interessante sobre o Crochê Irlandês, que acho que vale a pena conhecer, como superação em tempos difíceis:
Entre 1845 a 1850, os irlandeses passaram por dificuldades imensas conhecidas como a fome das batatas. As condições de vida e de trabalho na Irlanda eram duras. Entre as tarefas domésticas e também trabalhos ao ar livre, para aproveitar a luz do sol. Mas chegava a noite e trabalhando com uma vela, ou lâmpada de óleo, acredito que com as nossas antigas lamparinas, os trabalhos naquelas condições primitivas, muitas peças crochetadas eram guardadas embaixo da cama o que as tornavam sujas. Mas, elas podiam ser lavadas e o brilho das peças eram recapturadas.
Os compradores no exterior não sabiam que os delicados trabalhos dos colares e punhos eram feitos em habitações primitivas, nas precárias condições de pobreza. “Trabalhadores irlandeses – homens, mulheres e crianças – foram organizados através do crochê. Cooperativas, escolas foram sendo formadas para ensinar a habilidade e os professores foram treinados e enviados por toda parte”. Assim, os irlandeses foram criando novos padrões. Apesar de 1 milhão de irlandeses terem morrido, nesse período de fome, as famílias dependiam de seus ganhos de crochê e com suas economias, puderam se preparar para emigrar e recomeçar suas vidas no exterior, levando com elas as suas habilidades na arte do crochê.
Minha Apresentação:
Hoje estou fazendo do canal Sonho em Crochê, como uma forma de deixar mais uma lembrança dessa arte na Web, através das minhas experiências, e tentar ensinar a qualquer pessoa que ache lindo o crochê, ou que sente vontade de fazer crochê, não só aprender como poder fazer qualquer peça em crochê, seja por uma base já existente (peça pronta ou revista) ou uma peça inventada da própria cabeça, assim como eu e de preferência até melhor.
Tive muitas experiências ruins no início do crochê, de querer fazer roupas para mim mesma e elas não ficarem certas, mas fazia maravilhosamente bem, qualquer tipo de toalhinha baseadas em receitas japonesas, mas nunca desisti de poder fazer o que eu quisesse em crochê.
Ao longo da vida fui descobrindo os macetes dos pontos, e aproveitando de técnicas já utilizadas pelo tricô, consegui ter uma redução grande no índice de retrabalho de uma peça, e consegui criar peças em medidas conseguindo passar para outras crocheteiras a fórmula para obtermos no grupo o mesmo resultado (diversos tamanhos de peças seguindo medida, de diversos tamanhos, executadas por pessoas diferentes). E é essa a minha meta, que você consiga, por si só, ver qualquer receita, obtenha o resultado e um bom resultado, sem a necessidade de tanto retrabalho, não posso negar que geralmente acontece e por diversos fatores: distração, má medição na amostra, falta de compreensão na dinâmica do ponto para elaborar a amostra, são fatores que muitas vezes faz com que você desista do seu sonho de uma peça da forma que você quer, e muitas vezes fazendo muita gente desistir da arte do crochê.
Eu quero que você que venha aprender comigo como você poderá fazer do seu sonho, pois muitas peças são simplesmente divinas.
A muitos anos faço crochê, desde os 6 anos de idade (mais de 44 anos), comecei com a Vó Zezé, que não era bem minha avó, ela era avó de uma prima um ano mais velha, começamos com o crochê tunisiano. Aprendi mas não dei muita largada nisso, ai minha Avó Ruth, me ensinou o convencional e aprendi logo de início fazer um vestido para minha boneca (tipo bebê), mas isso foi de uma forma bem informal e ela não morava com agente não aperfeiçoei muito nos pontos, mas aprendi com ela um ponto que nunca vi numa revista, ou em algum livro de receita, vou apresentar para vocês como o ponto Ruth. Nesse ínterim, comecei a fazer algumas roupas de bonecas de crochê, e toalhinhas.
Uma vizinha colada à minha casa, era japonesa, e quando descobriu que eu fazia crochê, me apresentou diversas revistas japonesas com receitas divinas, toalhinhas uma mais linda que a outra, e uma roupa mais bonita que a outra. As toalhinhas eu xeroquei, mas perdi a caixa com elas em alguma mudança, as roupas eu peguei umas que achei mais própria da minha idade (acho que tinha uns 12 anos), e tentei fazer. Naquele tempo não se usava gráfico para o crochê, as receitas eram escritas nas revistas (tantas correntinhas, dois pontos altos duas correntinha e pula dois pontos, você lia a receita e fazia o ponto), e as revistas japonesas eram apenas fotos e gráficos, ela conseguiu para mim, de umas revistas, como fazer cada gráfico, ai ficou fácil, pela forma de fazer reconhecia o ponto. E particularmente falando, fiz receitas de toalhinhas simplesmente divinas, com abacaxis, sem abacaxis, as primeiras em linha mercerizada número 5, ficavam praticamente uma renda (deixando toda a modéstia de lado), muitas dessas receitas repetia em linhas mais grossas e verificava a diferença do tamanho, elas simplesmente duplicavam, ou até quadruplicavam. O que em uma receita com linha mercerizada número 5 dava uma toalhinha de bandeja, com uma linha mais grossa dava um centro de mesa robusto (não conseguia entender o tipo de linha a ser utilizado pela receita, não sabia como ia ficar o tamanho, a não ser fazendo).
Com falta de conhecimento, eu tentei fazer uma blusa de amarrar na frente com os pontos da receita. Inexperiente, não deu certo, ficou absolutamente enorme e sem forma, nada igual á foto da revista e a revista não tinha medida (alias, deve até ter, mas estava tudo em japonês). Mas e as minhas medidas? Eu as tinha, minha mãe explicou algo como era feito no tricô, de que se fazia amostra e dimensionava nas medidas, juro que prestei atenção na época, mas o tempo meu era mais gastos com outras atividades, não apliquei esses ensinamentos, naquele momento, mas nunca os esqueci.
Segui minha vida, tendo como o Crochê como um Hobby, afinal eu me formei na área de Exatas, e seguia a minha carreira trabalhando muito. Mas jamais larguei o meu Hobby, sempre dei presente às pessoas queridas, prontas para casar, prestes a ter bebê, roupas de batizado, saída de maternidade, colchas, caminhos de mesa, panos de pratos, e muito pouco para eu mesma.
Aperfeiçoando com o tempo misturei as técnicas empregadas no tricô, para o crochê, e deu muito resultado.
Desempregada da minha área de atuação comecei a fazer crochê para lojas, junto à um ateliê, onde comecei a criar peças e passar o conhecimento que tinha para as companheiras na arte do crochê. Agradeço muito á toda equipe da Ana Macramê, por todo o ensinamento e companheirismo encontrado com Toda a equipe, espero que assim possamos em um futuro próximo galgar novos projetos.
Hoje, (dia 20/08/2020) lanço a família Sonho em Crochê como uma forma de perpetuar essa jornada em crochê e alavancar mais pessoas para essa arte.
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